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ARTIGO – Fernando Jorge dá vida à biografia de Olavo Bilac

 

É possível, hoje, conhecer de perto a vida de pessoas como Bilac, Coelho Neto, Aluísio de Azevedo, José do Patrocínio, entre outros, graças à obra escrita por Fernando Jorge, escritor e jornalista, em linguagem poética compatível com a do biografado.

Após pesquisa intensa, Fernando Jorge retrata o comportamento, as amizades, até as falas de Bilac e seus amigos. E o eixo dessa história é o amor impossível por Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alfredo de Oliveira.

A história vai sendo narrada com tanto humanismo que nos parece ver as cenas, rir das piadas, vivenciar o clima das confeitarias, o zum-zum dos poetas no horário do café, ou seus encontros em uma praça, fazendo pilhérias, tratando-se por apelidos, saudando-se em versos, ou discutindo a realidade, como a luta abolicionista. Ambos, Pardal Mallet e Bilac, pertenciam às hostes comandadas pelo Zé do Pato (José do Patrocínio).”

Acompanhar os comentários feitos pelos presentes no velório do poeta é emocionante, impossível não se derramarem lágrimas, principalmente o que disseram de uma grinalda de saudades, com uma fita branca. Seria da amada que, conforme prometido na juventude, perfumara o corpo do noivo com Vitória – Essência e fizera um travasseirinho com mechas de seus cabelos negros de moça, para que descansasse sua cabeça.

De súbito, na hora das despedidas, os escoteiros começam a cantar o Hino à Bandeira, de autoria de Bilac. E Coelho Neto encerra seu discurso: “Que escreverás lá em cima, entre as estrelas, tu que as ouvias e as entendias?… Não respondes. Levas contigo o teu segredo, o som, talvez mais belo e mais alto da tua grande lira: o hino à pátria que adoravas. Faze com ele uma estrela no céu e será mais esplendor para o teu nome e glória maior que a terra que foi o teu último e o teu maior amor. Adeus! Por todos… e por mim. Adeus!”

Essa obra não fora bem aceita pela Academia Brasileira de Letras e pela Academia Paulista de Letras, que a consideraram, na ocasião, irreverente. Mas houve quem a defendesse, como rara obra no estilo, fruto de veracidade e de pesquisa interpretativa.

Menotti del Picchia, prefaciador de Vida e Poesia de Olavo Bilac, comenta que Fernando Jorge permite “reavaliar a grandeza do artista apresentado pela inteligência sensível, culta e moça de um esteta e de um ensaísta.”

Trata-se de uma biografia diferente, exemplo a todos quantos quiserem fazer relatos semelhantes. “Um livro de leitura tão atraente e fascinante, que prende o leitor, desde o começo até o fim”, segundo Agrippino Grieco, do Jornal do Brasil. No dizer de Nestor Holanda, do Diário de Notícias do Rio de Janeiro, “é um livro sensacional, uma radiografia de Bilac, que focaliza aspectos inéditos e surpreendentes da vida do poeta”.

Essa obra, de fato, merece ser estudada por todos quantos apreciam a arte literária e desperta especial admiração por Fernando Jorge, colunista da revista Imprensa e de uma rede de 40 jornais, que atua semanalmente em programas de rádio e de televisão, membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.



*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.

Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa nº. 1.997, e na edição on-line nº. 497 do Jornal Caiçara, de 30 de maio de 2008.

por: UNIUV

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