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ARTIGO – Uma noite, uma canção, uma emoção


Uma noite diferente. No salão nobre da Fafi, o Grupo Vocal MPB Nós, de Curitiba, e um público com plena afinidade musical, dia 16 de abril de 2011. De chapéu, blusão gola em V sobre a roupa, um olhar franco e sorridente, sete músicos e cantores, senhores e senhoras, um grupo amador, encantou e sequestrou a plateia, que passou a embalar-se ao ritmo das palmas e dos instrumentos, no sonho despertado pelas letras das canções.

Todas as músicas eram conhecidas, mas vivificadas, enchiam o salão, ambiente propício de flores e cores, com vozes nítidas, na unidade da empatia musical, alcançada pelo maestro e arranjador Cristiano Prestes.

Quem já não ouviu e não aprecia, por exemplo, Aquarela do Brasil, Maria Maria, ou Garota do Ipanema? A sensação era a de que estávamos em família, à vontade, cantando entre nós, sem show, mas com amigos, para maior alegria de todos, com a força daquelas vozes educadas e acolhedoras.

Os músicos deram seu recado: mostraram que é possível deixar a vida mais leve e divertida; que é possível harmonizar a família, com ensaios musicais, mesmo a custo de algum esforço, e expandir essa gostosura todas as outras pessoas, como nós. Antônio e Naira Nascimento, Vera Baena, Christopher Ancoski, Neo Schaeffel e João Carlos Felipe – esse é “o grupo”.

A arte tem esse dom especial de provocar encantamento, paz interior, do voltar-se ao outro, tão necessário em nossos dias. Capturar o tempo pela emoção, criar momentos felizes, tirar dos ombros cansados o fardo pesado das rotinas é um passe da magia musical.

Cantaram e fizeram cantar; dançaram e fizeram dançar, tiraram do sério até os mais comedidos, devolvendo-lhes ares de infância. Foram umas vinte canções, como Trem das Onze, Sei lá… a vida tem sempre razão, A voz do morro…

Senti um carinho enorme pelos que criaram aquelas músicas, com aquelas letras: Vinícius, Chico Buarque, Milton Nascimento, Toquinho, Ary Barroso, Adoniran Barbosa, por terem deixado o melhor de si, seu legado musical, que pode ser vivenciado a qualquer momento. (Porém ouvir uma gravação, assistir a uma interpretação por artistas na televisão, individualmente, não é o mesmo que participar de uma apresentação ao vivo, junto com muitas outras pessoas).

Naquele contexto, surge uma “fadinha” poeta e contadora de histórias, difusora da boa leitura, que representa muito bem nosso povo nos meios culturais mais elevados da sociedade carioca, Antônia Krapp. Trocamos ideias e aprendemos a ser mais intensamente tranquilos e amorosos.

Ali estavam músicos, pintores, coralistas, cantores, regentes de banda, aficcionados da boa música e da cultura em geral, cada um com a bagagem de seu sonho. “Se um pinguinho de tinta / Cai num pedacinho / Azul do papel / Num instante imagino / Uma linda gaivota / A voar no céu…”



*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua Portuguesa, no Colégio Técnico de União da Vitória (Coltec), e nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

por: Wannessa Stenzel

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