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ARTIGO – É possível facilitar o uso do infinitivo, sem cair em confusão?



Como ênfase, clareza e estilo são critérios variáveis, o uso do infinitivo não possui normas gramaticais fixas, apenas tendências, para facilitar seu emprego, pois o uso indiscriminado do infinitivo flexionado, ou não, pode gerar redundância, falta de clareza ou sensação de que se está incorrendo em erro.

Essa é uma questão polêmica, principalmente, quando um estrangeiro quer escrever bem em nossa língua. Sente-se confuso perante os diferentes empregos por autores consagrados, de todos os tempos.

Mas há um certo acordo quanto ao que é mais estético e adequado. Podemos resumir as tendências em alguns itens, conforme segue.

Usa-se o Infinitivo flexionado:

Se o infinitivo tiver sujeito diferente do sujeito da oração principal. Ex.: Todos pediam para os pais comparecerem à reunião.

Precedido de preposição, em oração que anteceda à oração principal. Ex.: Ao observarem que o céu escurecera, os motoristas buscaram um lugar mais protegido contra acidentes.

Se o infinitivo é de verbo na voz passiva, reflexiva ou pronominal. Ex.: É possível vencer na vida, sem se cometerem crimes (voz passiva).

Estavam felizes por se encontrarem (voz reflexiva recíproca).

Se o sujeito do infinitivo for indeterminado. Ex.: É inevitável nos julgarem mal.

Usa-se o Infinitivo Não-Flexionado:

Se o sujeito do infinitivo for o mesmo da oração principal. Ex.: Elas se consideram capazes de transformar o mundo.

Valendo como imperativo. Ex.: Ouvir atentamente, amigos!

Sem referência a sujeito. Ex.: Cantar faz bem.

Quando aparece ao lado de outro verbo. Ex.: Todos devem trabalhar juntos.

Com os verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir. Ex.: Ouvi-os dizer. Deixei-as sair.

Como complemento de substantivos ou adjetivos. Ex.: Assumiu o compromisso de voltar logo. Ela foi incapaz de relatar os fatos vividos.

Precedido de preposição e com valor de gerúndio. Ex.: Elas estavam a sonhar.

Para um estudo mais acurado, indicamos a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara. O autor realça que, em alguns casos, a escolha do infinitivo pessoal ou impessoal “revela que a nossa atenção se volta com especial atenção para a ação verbal; o flexionamento serve de insistir na pessoa do sujeito.” Ex.: Refletimos para entender o mundo. Refletimos para entendermos o mundo.



*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.

Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa de 19 de junho de 2009, do Jornal Caiçara.

por: UNIUV

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