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ARTIGO – Vencedores por natureza? Ou lutadores?

Todos os vencedores passaram por muito trabalho, lutaram com garra e motivação extraordinários, tendo sempre em mente seu objetivo. Por que umas pessoas têm motivação e outras não? Haveria um meio de educar para o espírito ativo e continuamente interessado em ser melhor? Ou em aperfeiçoar suas metas e resultados já alcançados? Haveria algo pernicioso, capaz de educar para o desinteresse e para a passividade? Um eterno cansaço da vida?

Teria razão Gonçalves Dias ao dizer em sua canção que “viver é lutar”?

O leitor vive, como diz Michel Onfrey, “experimentando, viajando nos livros ou nas estradas, ao encontro do mundo vivo ou dos mundos literários. Isso supõe uma vida ativa, aberta ao inédito, às trocas e aos encontros.”

Como são importantes as trilhas abertas pelos autores, para que nossas idéias tomem corpo e possam, de certa forma, ser postas em prática. Ler a vida de vencedores ajuda-nos a descobrir como tornar o mundo melhor, a ter um espírito forte, a não nos acomodar perante a realidade, supomos.

André Comte–Sponville diz que “a concepção intelectual que fazemos da vida jamais se juntará com o que vivemos. Mas isso não nos impede de pensarmos mais para vivermos melhor e de viver mais para pensar melhor.”

Aprecio essa forma de pensar, porque é preciso colocar em prática nossos sonhos, e aproximar nossa vida das práticas que nos realizam, deixando por onde passamos nossas marcas no coração da humanidade. Artistas, filósofos, cientistas, e religiosos compreendem bem esse aspecto existencial. E nada impede que a sociedade como um todo vá evoluindo, cultivando valores, como a generosidade, o diálogo, a compaixão, o senso estético, o amor em todas as suas nuances.

Se lemos a história de um grupo de imigrantes que veio para o Brasil e teve que começar do nada, cortando lenha, buscando água na fonte, plantando para se alimentar, fabricando sua roupa, seu calçado, seu pão, com iluminação a lampião, longe dos povoados, revisamos nossos conceitos de conforto e de fadiga.

Helen Keller, a menina que aos nove meses, por motivo de febre alta, perde a capacidade de ver, de ouvir e de falar, também dá-nos uma lição com sua vida. Com apoio de Graham Bell e de Anne Sullivan, Helen obteve notável progresso. Com aulas em Braille e de fonética, estudou com sucesso inglês, francês, alemão, latim, grego e história romana. Tornou-se reconhecida palestrante, escreveu vários livros, e fez um filme de sua vida. E assim resume sua atitude interior: “Mantenha o rosto virado para o sol e você não poderá ver as sombras.”

Todos queremos ser vencedores e temos as melhores expectativas para as novas gerações. Como conseguir essa energia de uma Helen ou a dos primeiros imigrantes, nossos heróicos antepassados? Há como educar, desde o berço, para uma vida sem indolência, comodismo ou insatisfação constante?  Acredito que a leitura e o relato dessas experiências bem sucedidas podem nos ajudar, bem como a reflexão diante do universo, pelos pais com seus filhos, causando-lhes o encantamento por viver intensamente. Mas que isso seja espontâneo e real.



*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.

Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa nº. 1.993, e na edição on-line nº. 493 do Jornal Caiçara, de 2 de maio de 2008.

por: UNIUV

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