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Histórias para contar e encantar abrem atividades do curso de Comunicação Social da Uniuv

Enéas Athanázio, promotor de justiça aposentado, escritor regionalista com mais de 40 obras publicadas, natural de Campos Novos (SC), foi o convidado que ministrou a aula inaugural do curso de Comunicação Social, do Centro Universitário de União da Vitória – Uniuv, na quarta-feira, 5, na sala de eventos da instituição.


O convidado, que foi apresentado pela professora Fahena Porto Horbatiuk, coordenadora do curso de Comunicação Social, chegou a morar em Porto União e União da Vitória na infância e sentiu-se à vontade para falar de suas obras, recordar do período em que residiu na região e contar algumas das muitas experiências vividas em várias regiões do Brasil.


Com o tema “Regionalismo Cultural Literário”, Athanázio discorreu sobre as diferenças existentes na linguagem entre as regiões do País. A literatura de cordel, por exemplo, ainda bastante cultuada no Rio Grande do Sul e em algumas regiões do nordeste brasileiro, recebeu destaque nas palavras do palestrante, que mostra bastante afinidade com esse tipo de trabalho, já que consistem, geralmente, em publicações extremamente simples e, não raro, confeccionadas pelos próprios autores, que anseiam transmitir a outras pessoas suas experiências ou expressões do imaginário popular. “As pessoas de determinadas regiões usam palavras que são desconhecidas em outros lugares, e isso é uma prova da diversidade existente. Muitas vezes, quando não se sabia o nome de alguma coisa, inventava-se uma expressão que passava a ser adotada e incorporada à língua”.


Questionado sobre o período da Guerra do Contestado, movimento político-separatista ocorrido na região à época de sua infância, Athanázio conta que este era um assunto tratado como ‘vergonhoso’ pelas famílias, que não aceitavam a guerra como solução para os conflitos territoriais. Mas ele considera que essa proibição velada do assunto despertava a curiosidade e o interesse de crianças e jovens, que vislumbravam um futuro diferente.


O prazer das histórias


Um legítimo contador de histórias. É nesse território que o poeta se sente mais à vontade. É possível notar o prazer com que conta suas aventuras pelo País. “Lembro-me quando estivemos na Amazônia, minha esposa e eu, e ficamos num hotel na selva. Era tudo absolutamente simples e eu ficava me imaginando no meio daquela imensidão verde. Sozinho, eu estaria perdido!”.


As palavras do contista foram acompanhadas com bastante interesse pelos acadêmicos dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. Nem mesmo a ausência de recursos visuais e o som demasiado baixo foram empecilhos para a boa audiência. A acadêmica Silviele Graboski, 18, do curso de Publicidade e Propaganda, não conhecia o palestrante, nem sua obra, mas se disse bastante satisfeita. “Foi bastante produtiva, mas creio que merecia mais recursos. O palestrante tem bastante conteúdo, mas o som muito baixo tornou a palestra um pouco maçante”. Para Alexandro Pacheco de Oliveira Bueno, 26, também estudante de Publicidade e Propaganda, a palestra foi muito interessante. “Começar com uma pessoa que tem essa autoridade e conhecimento é muito bom. Foi bastante válido e espero que tenha mais”.


Ao final, questionado sobre um artigo que publicou em maio do ano passado, “O Poeta e a Mídia”, o palestrante confirmou que a relação entre escritor e jornalista não é exatamente fácil e acredita ser natural. “As perguntas, em sua maioria ou em grande parte, não serão aquelas que o escritor gostaria de responder, mas são aquelas que o jornalista gostaria de fazer”. Citou Carlos Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, a quem muito admira, que não gostava de conceder entrevistas. “Drummond fugia dos jornalistas, porque considerava que não o questionavam sobre aquilo que realmente interessava de sua obra”. Mas apesar da dificuldade nessa relação escritor-jornalista, Enéas Athanázio crê que ela continuará existindo e ainda brinca com o fato de hoje também ser um jornalista, já que edita seu próprio jornal literário, apesar de reiterar que nunca se aventurou a escrever sobre temas jornalísticos em outra área que não fosse a cultural.

por: UNIUV

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